quinta-feira, 22 de outubro de 2009

E AINDA SOBRE CILDO MEIRELES

Relendo textos sobre a produção de Cildo Meireles, chamou-me a atenção a ênfase dada a discussão sobre o espaço nas obras do artista.
No bate-papo com o artista, durante a programação Pré-Bienal no Santander Cultural, Cildo afirmou que o tempo é a grande matéria de sua obra, e que, talvez, a única questão que realmente exista seja o tempo, como o que constitui ou desconstitui todo o resto.

domingo, 4 de outubro de 2009

CILDO MEIRELES, PRIMAVERA E BIENAL DO MERCOSUL

Quem foi conferir o encontro com Cildo Meireles, ontem no Santander Cultural, pôde ter a sensação de que, realmente, valeu a pena. A ideia, desenvolvida pelo artista, de que a obra de arte precisa "sequestrar" o espectador para fora do tempo e do lugar em que ele está e capturá-lo para o tempo da obra é um fio maravilhoso para desenrolar milhares de pensamentos.
Essa ideia de sequestro é colocada por ele também no documentário. Esse rapto, essa "pegada", sobre nós, conseguido por certas obras, pode ser um caminho para compreender o "encantamento" que possibilitam.
Gostei também do comentário feito pelo artista sobre seu afastamento da arte conceitual em busca de algo com menos "verborragia", com um envolvimento de outro tipo.
A arte tem um tempo diferente da palavra, com outras possibilidades sensíveis.
Agora, é esperar a Bienal do Mercosul, cuja abertura acontece em breve.
A Feira do Livro também já se anunciava para quem esteve no centro da cidade, ainda um lugar poético...

sábado, 2 de maio de 2009

COCO ANTES DE CHANEL



Estou ansiosa para ver o filme sobre Chanel. É fantástico descobrir que ela, praticamente, inventou a "mulher moderna". Calças compridas, cabelos curtos, bijuterias, tudo foi incorporado ao repertório feminino por Chanel. Genial e contraditória, dizem que desfrutou da amizade de Pablo Picasso entre outros gênios de sua época... e que espetava com os alfinetes suas modelos quando não estava bem-humorada.
O cartaz do filme, que reproduz a estilista fumando, já causa polêmica na França. Hummm!!! Será que as fotos de Winston Churchill ou Fidel com seus charutos também serão censuradas.

sábado, 25 de abril de 2009

REFLEXIO: IMAGEM CONTEMPORÂNEA NA FRANÇA

"Será que a arte fotográfica está no coração da arte contemporânea, ou é até o próprio coração?" A indagação, presente na apresentação que o Santander Cultural faz para a mostra "Reflexio: A imagem contemporânea na França", é um convite irrecusável ao olhar e ao pensamento.
Para refletir, pensar, sobre algo é sempre necessário que se parta de uma questão, uma provocação, feita pela mostra desde o seu título.
Como explica Ligia Canongia, curadora da exposição, "reflexio" é a origem etimológica latina de dois termos utilizados em nossa língua: reflexo e reflexão. Seu significado abarca tanto "a mudança de direção de ondas luminosas" - o que nos remete à própria fotografia e sua gênese mecânica - quanto "trabalho de pensamento de um sujeito" - o que nos reporta à reflexão, como ato de pensar.
De abril a agosto, o convite está feito. Pela primeira vez, obras de Catherine Rebois, Eric Rondepierre, Jean-Luc Moulène, Patrick Tosani, Suzanne Lafont e Valérie Jouve, artistas franceses consagrados no circuito internacional, estarão reunidas bem próximo a nós, para reflexão.
O olhar crítico de Ligia Canongia nos propõe uma investigação do papel da imagem e discute a inserção da fotografia como uma das mídias mais exploradas na produção contemporânea. Um convite, repito, que não podemos recusar.

sábado, 21 de março de 2009

JORGE MACCHI: FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO
















Em palestra, de agradável tom informal, nesta quinta-feira, o artista argentino Jorge Macchi apresentou diversas fases de seu trabalho nos últimos anos, participando de importantes exposições internacionais. Macchi comentou a relevância da exposição realizada no Santander Cultural para um maior conhecimento de seu nome, afirmando ter encontrado em Porto Alegre uma recepção especial para suas obras. O artista comentou, entretanto, estranhar quando alguns críticos o classificam como "neo-conceitual". Macchi disse que, para que isso fosse verdadeiro, seria necessário que antes da criação de um desenho ou uma obra, fosse pensada uma "ideia". Ele explicou que, em seu trabalho, o que surge em sua mente é uma "imagem". O pensar sobre essa imagem vez a posteriori.