terça-feira, 21 de janeiro de 2014

OS CAMINHOS AINDA NOS TÊM

(A Oly Lobato, que, por meio de Ana Paranhos,
pediu-me que lhe enviasse estes antigos versos,
tão atuais entretanto...)

Os caminhos nos têm
é distante a terra
que poderá receber nossos sonhos.
As estradas
retêm as sombras,
estamos sós.

Os caminhos têm cansados
os corpos.
A noite é povoada
de sono
cansaço e buscas.

Náufragos de antigas rotas
embriagados de esperas
seguimos.

Homens/estradas
confundem-se em nossas retinas
final de cada dia.

Partiremos
mal chegada a manhã
em busca de novo sol
                               solo
de nosso chão de pedras
                               raízes
                                     
Nosso lugar neste espaço
para o despir o tempo
nas rotas vestes.



 Foto: Maria Alice Bragança
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